Tentamos nos convencer diariamente que estamos prontos ou preparados para a morte.
A morte é nosso último e pior inimigo. Para alguns (e eu me incluo) a certeza da vitória existe, mas isso não minimiza o fato de que terei que enfrentar esse inimigo.
O desconhecido, o inimaginável, o irreversível, são coisas que arrepiam, metem medo, que deixam na alma a certeza de que o que vem pela frente não tem volta.
Para aqueles que não tem medo do desconhecido, ao menos fica a sensação de tristeza por ter que deixar pessoas queridas para trás sem a possibilidade de mudar isso através de alguma negociação. Lembro-me nesse ponto, do meu pai. Durante um tempo, no seu último ano de vida, ficou a sensação de que ele poderia lutar contra a doença. Isso dava esperança a ele, e com a esperança vinha a força necessária para a luta. Mas em um dado ponto dessa luta pela vida, me parece que ficou para ele, a certeza de que a guerra estava perdida. A tristeza ficou evidente nos seus olhos, palavras, atitudes. Não que ele tivesse medo da morte, mas a irreversibilidade da situação é que o deixava nesse estado de alma. O deixar para trás as pessoas que ele amava (e acredito que nesse caso, minha mãe era a principal) fazia com que o sentimento de impotência diante do fato o deixasse triste.
A morte, no entanto, assusta mais pelo fato de ser imprevisível! Quando? Não sei. Não saber quando será o encontro com seu pior inimigo não é uma sensação agradável.
Apesar da primeira frase do texto afirmar que "tentamos", ela é mentirosa. O que fazemos de verdade é tentar bloquear esses pensamentos! O ser humano consegue viver sem pensar nisso. Nos ocupamos com a vida. De uma forma simples, vivemos achando que nunca vamos morrer.
Do meu lado, sempre afirmei para todos que me conhecem que não tenho medo da morte (e realmente não tenho). Mas quando penso que o imprevisível, o desconhecido, o inimaginável, o irreversível, vai acontecer, e terei que deixar (ao menos por um tempo) para trás meus queridos, fico triste.
O irônico nisso é que, conforme a caminhada vai se estendendo, mais pessoas vão se juntando a essa lista de "bens" que não quero deixar para trás.
Rio comigo mesmo nesse ponto do texto. Já sei que muitos vão dizer (ao menos pensar) "mas na eternidade terei ..., vou encontrar..., vou viver...". Mas isso não alivia o fato de que vou ter que deixar o que já conheço. E não tenho como evitar, sou humano, me apego sim aos "bens" (pessoas queridas).
Acredito que Confucio estava certo ao dizer "Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro". Afinal, quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte?
Vivamos!
The Longing (Petra)
A morte é nosso último e pior inimigo. Para alguns (e eu me incluo) a certeza da vitória existe, mas isso não minimiza o fato de que terei que enfrentar esse inimigo.
O desconhecido, o inimaginável, o irreversível, são coisas que arrepiam, metem medo, que deixam na alma a certeza de que o que vem pela frente não tem volta.
Para aqueles que não tem medo do desconhecido, ao menos fica a sensação de tristeza por ter que deixar pessoas queridas para trás sem a possibilidade de mudar isso através de alguma negociação. Lembro-me nesse ponto, do meu pai. Durante um tempo, no seu último ano de vida, ficou a sensação de que ele poderia lutar contra a doença. Isso dava esperança a ele, e com a esperança vinha a força necessária para a luta. Mas em um dado ponto dessa luta pela vida, me parece que ficou para ele, a certeza de que a guerra estava perdida. A tristeza ficou evidente nos seus olhos, palavras, atitudes. Não que ele tivesse medo da morte, mas a irreversibilidade da situação é que o deixava nesse estado de alma. O deixar para trás as pessoas que ele amava (e acredito que nesse caso, minha mãe era a principal) fazia com que o sentimento de impotência diante do fato o deixasse triste.
A morte, no entanto, assusta mais pelo fato de ser imprevisível! Quando? Não sei. Não saber quando será o encontro com seu pior inimigo não é uma sensação agradável.
Apesar da primeira frase do texto afirmar que "tentamos", ela é mentirosa. O que fazemos de verdade é tentar bloquear esses pensamentos! O ser humano consegue viver sem pensar nisso. Nos ocupamos com a vida. De uma forma simples, vivemos achando que nunca vamos morrer.
Do meu lado, sempre afirmei para todos que me conhecem que não tenho medo da morte (e realmente não tenho). Mas quando penso que o imprevisível, o desconhecido, o inimaginável, o irreversível, vai acontecer, e terei que deixar (ao menos por um tempo) para trás meus queridos, fico triste.
O irônico nisso é que, conforme a caminhada vai se estendendo, mais pessoas vão se juntando a essa lista de "bens" que não quero deixar para trás.
Rio comigo mesmo nesse ponto do texto. Já sei que muitos vão dizer (ao menos pensar) "mas na eternidade terei ..., vou encontrar..., vou viver...". Mas isso não alivia o fato de que vou ter que deixar o que já conheço. E não tenho como evitar, sou humano, me apego sim aos "bens" (pessoas queridas).
Acredito que Confucio estava certo ao dizer "Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro". Afinal, quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte?
Vivamos!
In each heart there is a longing
In each soul a desperate cry
To know if life has some true meaning
Or if we simply live and die
Earthly pleasures and possessions
Leave the sinking spirit dry
In each heart there is a longing
Only Jesus satisfies
The Longing (Petra)
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